O hotel situa-se na cidade de Tavira, conhecida pelo seu centro histórico, que possui vários vestígios romanos, visigodos e muçulmanos. Ao longo dos anos, a cidade tem conseguido preservar e melhorar a qualidade arquitetónica e patrimonial do seu território. Existe um grande cuidado na preservação do património edificado, especialmente ao nível do centro histórico.

O hotel em causa situa-se na margem nascente do rio Séqua, o que representa uma das primeiras faixas de expansão de Tavira. O projeto em questão foi uma renovação iniciada em 2016, e o nosso trabalho abrangeu tanto a arquitetura como o design de interiores.

O atual edifício é uma referência inconfundível devido à sua dimensão e presença, sendo facilmente visível a partir da EN 125, bem como em qualquer local turístico junto ao rio. Pretendeu-se que o edifício se assumisse para além da sua volumetria como uma referência na qualidade dos serviços e na sua abertura à cidade. Apesar da sua volumetria, o edifício comporta numa primeira fase um total de 137 quartos; business center com capacidade para mais de 150 pessoas; restaurante Balsa; Ginásio e Spa Termal com cursos de água internos, sendo esta uma solução inovadora e com características únicas na região algarvia. A zona de Spa inclui as seguintes valências: piscina, duche de cromoterapia, sala de massagens, sala de sauna, banho turco e jacuzzi); Elevador panorâmico com ligação direta ao miradouro da cobertura para observação, onde se encontra o rooftop bar Nomad, e; uma zona de lazer exterior com duas piscinas, zona de bar, balneários e espaços verdes. Numa segunda fase implantaram-se as suites executivas no rooftop e a presidencial suite, sendo que todas possuem jacuzzi no terraço com uma vista esplendorosa sobre a cidade.

O Bar NOMAD representa uma homenagem aos vários povos nómadas que viveram na cidade, desde o tempo dos Visigodos, passando pelos Romanos e pelos Árabes, que contribuíram para a especificidade cultural de uma memória coletiva que ainda hoje perdura.

O facto de o Bar se situar na cobertura do Hotel, faz dele um dos pontos mais altos da cidade, o que traduz recorrentemente a memória dos Faróis que serviam para iluminar as embarcações no mar, ou dos fortes que serviam como meio de vigilância e proteção da cidade.

O objetivo da intervenção seria potenciar a experiência do bar para o exterior, tirando o máximo partido da esplêndida vista sobre a cidade, o mar e a serra. No interior, manteve-se o pavimento em betão bruto e optou-se por um pavimento neutro para realçar os artefactos decorativos. Utilizámos sofás e bancos com acabamentos que simulam um maior desgaste de forma a invocar o uso como memória. O maior investimento foi feito na zona do balcão, utilizando uma frente em tons de dourado, simbolizando a preciosidade e riqueza das gentes que habitavam a cidade. A iluminação indireta foi utilizada para realçar os elementos decorativos, tornando-os uma referência, como se de elementos museológicos se tratassem.