Junto ao coração do centro histórico de Tavira, o local caracteriza-se como uma fronteira entre o passado e o presente. Inserido na área protegida que abraça a antiga muralha do castelo, o espaço apresenta-se com três frentes voltadas para ruas que se encontram em diferentes alturas, com uma diferença de mais de 7 metros entre o poente e o sul. Ali, uma construção singela, de um amarelo modesto, guardava as memórias da comunidade. Sem ornamentos extravagantes, com valor assente na simplicidade, oferecia um refúgio acolhedor aos que por ali passavam. O espaço ainda rural era acolhido pelos edifícios vizinhos, criando um sentimento de pertença, conforto e serenidade.
A proposta pretendeu respeitar essa atmosfera, criando um conjunto habitacional que não apenas preservasse a essência de tranquilidade, mas que também trouxesse o conforto da modernidade. Além de apartamentos, haveria espaço para estacionamento e um espaço exterior partilhado com a presença dos espaços verdes da natureza e uma piscina, onde o tempo poderia ser desfrutado com leveza. A conexão entre a Rua dos Machados e a Rua José Pinheiro e Rosa seria mantida, reforçando o elo entre o centro histórico, ao nascente, e a zona de expansão mais consolidada, a poente, facilitando o fluxo da vida urbana.
Com 18 apartamentos, o projeto sela um vazio no coração de Tavira, sem jamais esquecer a alma da cidade. A arquitetura propunha-se a ser discreta em sua paleta de cores, dialogando com o clima e a luz natural, enquanto as formas do edifício evocavam as ameias das muralhas medievais, uma homenagem subtil à história, reinterpretada em linhas contemporâneas minimalistas. Assim, o novo se interliga com o antigo, respeitosamente inserido no tecido urbano, como uma continuação da própria história de Tavira, que se reescreve sem nunca apagar suas raízes.
Atelier de Arquitetura e Decoração de interiores
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